sábado, 29 de março de 2008

Breu

Voltando a navegar no barco com a cabeça de um dragão... Que raio de rio é este onde as águas correm tão revoltas? Ou será que é o mar? Talvez seja o mar, pois o rio corre com um destino definido e eu não sei qual é o meu...



Olho para o céu, será sempre de noite aqui? Que belo é o céu nocturno! Com facilidade encontro padrões nos distantes pontos brilhantes que 'furam' a escuridão, quem sabe para compensar a inexistência deles nesta viagem sem sentido aparente.



Ás vezes sinto que encontro 'a luz ao fundo do túnel', mas não devem passar de archotes insignificantes de um povo à beira da extinção, pois são tão poucos e não há luz que consiga quebrar este breu.

Não há luz ao fundo do túnel, apenas uma caixa de fósforos passada de uma geração para a seguinte. A humanidade não tem um pavio comprido e esta geração tem o último fósforo - Jonarno Lawson

domingo, 23 de março de 2008

Intermezzo

Após alguns meses de interregno, ou de Intermezzo como decidi chamar no título do post, eis que o meu inner-self está de novo com vontade de escrever.

Durante estes meses de intenso trabalho mas também de algumas leituras interessantes (tais como 'O Cego de Sevilha' do Robert Wilson, por exemplo) houve menos tempo para divagações literárias, mas parece que agora o 'bichinho' despertou de novo.

Apercebi-me agora, enquanto estou saboreando uma laranja (quem sabe da china, como a musica famosa) de uma das grandes vantagens da escrita em relação à oralidade: permite que comamos e nos expressemos ao mesmo tempo :P

Tento fazer uma retrospectiva mental sobre os meses que passaram desde o último post, mas parece que não se passou nada verdadeiramente importante. As dúvidas sobre o meu destino persistem, nalguns dias mais dominantes do que noutros, mas sempre presentes. Continuo com as mesmas questões de adolescência: será que gosto do que faço? o que é que eu quero para a minha vida? De forma pessimista, cada vez me parece mais que o indivíduo tem menos influência na escolha, numa sociedade cada vez mais standartizada e liberalizada.

Falando agora de forma optimista, os sonhos de compor uma ópera e de escrever um livro continuam vivos e hão-de se realizar mais cedo ou mais tarde.

No entanto, como eu sou realista, não sei bem em qual dos pontos de vista me hei-de inserir, sinto-me como que a navegar à deriva num barco com uma cabeça de animal esculpida na poupa...