domingo, 27 de abril de 2008

Endless Journey

Olho para dentro... Órgãos, líquidos viscosos. Não, não era para aqui que queria olhar.
Volto a olhar, agora para dentro e para cima. Um turbilhão de imagens/sons e sensações invadem-me. Não me consigo concentrar, o meu pensamento processa-se por ideias desconexas e num ritmo descompassado, será por o tempo correr de forma diferente aqui?

Prossigo a viagem atribulada com destino ao meu próprio âmago.

Habitantes locais transmitem-me informações contraditórias e úteis ao mesmo tempo. Que estranhos seres povoam este local desolado, no entanto tão rico e variado. Serão de confiança? Falo para eles - Say friend or foe - mas não me respondem.

Mais uns passos (não sei bem em que direcção) levam-me a uma paragem diferente cheia de novos e diferentes seres que me aconselham a voltar atrás. Mas onde fica ‘atrás’? Eu não sei de onde vim nem para onde vou, só sei que navego, mas desta vez sem o meu querido navio e sem a orientação dos deuses... (Götterdämmerung?)

Arrasto-me mais um pouco...

Sou invadido por um brilho ofuscante que me obriga a fechar os olhos. Desorientado volto a abri-los deparando-me agora com um intenso e cerrado nevoeiro. Mesmo assim consigo distinguir vultos dispersos, serão os mesmos seres de há pouco? Tento alcançá-los, mas eles dissipam-se no cada vez mais denso nevoeiro e eu caio desamparado no solo rugoso.

Tento levantar-me, mas sinto os músculos flácidos e presos, por isso dedico-me a apalpar o chão em procura das respostas às minhas inquietações. Incrível, encontrei algo... Uma resposta? Tento interiorizá-la e consciencializá-la, mas de repente fica tudo no mais profundo negro.

Desespero.

Frustrado, volto a mim, mas não sei se acordo ou se adormeço...

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